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Plantel 2007/2008

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Desabafo: O atraso do "João"...

NOTA:Este texto foi cópiado na integra por respeito ao seu autor assim sendo é normal verificar que o seu contiudo é direccionado para treinadores não deixando no entanto de ter interesse para os Pais dos atletas.

Há situações que nos deixam sem saber o que pensar...são incríveis.

Por vezes, nós treinadores deparamo-nos com situações a que nem sempre sabemos como agir ou reagir. Umas mais complicadas que outras, é um facto. Lidamos melhor que outros com determinadas situações, que não lhe atribuem a mesma importância, enfim “todos diferentes, todos iguais”, como alguém uma vez disse.

Todavia, há situações que demonstram tal falta de cuidado, outras que são tão insensatas que caem no ridículo e levam-me a pensar que assim não vale a pena... ser treinador. Há coisas que realmente não se compreendem.

Quando lidamos com jovens, a escala desta incompreensão é ampliada, dada a incerteza e a irreverência da idade. Contudo, mais incerta e complicada e, até mesmo, mais triste se torna, quando por detrás destes jovens estão pais mais inconscientes que os filhos. Quando assim acontece, a situação torna-se insuportável e “a tampa acaba por saltar”...

Bem mas quando situações destas acontecem, para aliviar-mos um pouco, partilhamo-las com os colegas, ou como neste caso, escrevo-a aqui.

Vejamos uma “estória” que me deixou sem saber o que fazer:

O João (nome fictício) tinha 13 anos de idade, era Iniciado e queria ser “jogador de hóquei em patins”. Com todas as virtudes e defeitos dos jovens desta faixa etária, também o João se ia “desenrascando” e dando ares de evolução nas actividades propostas, umas vezes com mais empenho, outras com menos vontade de fazer força. Até aqui nada demais.

Havia algum tempo que o João não entrava de início no jogo, mas dado que nos últimos treinos tinha demonstrado mais vontade e empenho nas situações propostas, iria, nesse fim-de-semana, ser titular para assim ver a sua dedicação de alguma forma recompensada.

Nesse fim-de-semana o jogo realizar-se-ia a um Domingo, às três da tarde e o seu treinador marcou a concentração para o jogo às duas da tarde. Uma hora antes é um intervalo de tempo suficiente para a equipa se preparar e aquecer para o jogo.

Qual o meu espanto, quando às duas da tarde estão todos os atletas a equipar-se menos o João. Falo com este, com aquele, e ninguém sabe nada do miúdo. Atrasou-se, penso. “Vá! Vamos lá a equipar porque o João deve estar mesmo aí a aparecer” digo ao restante “plantel”.

Telefone na mão, vai de entrar em contacto com alguém que me possa dar uma resposta. Nada, não é possível contactar ninguém. Bom, continuemos com os que estão, decido.

O tempo vai passando até que são duas e meia e começo o aquecimento, passado um pouco entra pelo pavilhão o João a correr com o saco às costas e o stick na outra mão. Oriento os jogadores que estão no aquecimento e vou ter com o miúdo atrasado para saber das novidades.

Pergunto-lhe a razão do seu atraso, ao que responde que a mãe havia feito o almoço para as duas horas.

Indignado, pergunto-lhe se a mãe não sabia as horas do jogo. Na verdade, a mãe, apesar de saber que o seu filho tinha jogo às 3 da tarde, não deixou de preparar a refeição ao João com a antecedência correcta.

Calo-me e saio do balneário esperando que a digestão do João não interfira com as actividades que os pais tiveram de fazer no Domingo de manhã, porque com a sua entrada no jogo já interferira com toda a certeza.

Final da “estória”:
O João mal aqueceu antes do jogo, e somente no intervalo “andou” mais rápido para depois jogar na segunda parte.

Quanto aos pais, nem uma palavra deram ao treinador...também não vieram ver o jogo, porque se tivessem vindo, o treinador, provavelmente, teria que os fazer ver implicações da sua atitude.

Moral da “estória”:

Os pais, ai os pais....

Trabalho da autoria de:
FRANCISCO MENDES
Licenciado em Educação Física Treinador Hóquei em Patins (Nível 2)
Patinado-Hoquei em Patins

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